quinta-feira, 15 de outubro de 2009

O Menestrel

Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se. E que companhia nem sempre significa segurança. Começa a aprender que beijos não são contratos e que presentes não são promessas.
Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
Aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo.
E aprende que, não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam…

E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se leva anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la…
E que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida.
E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos de mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam…
Percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa… por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos.

Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou, mas para onde está indo… mas, se você não sabe para onde está indo, qualquer caminho serve.
Aprende que, ou você controla seus atos, ou eles o controlarão… e que ser flexível não significa ser fraco, ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem, pelo menos, dois lados. Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências.

Aprende que paciência requer muita prática.
Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.

Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou.
Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.
Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens…
Poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém…
Algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar.
Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, em vez de esperar que alguém lhe traga flores.
E você aprende que realmente pode suportar… que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida! Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar.

Solidão pós-moderna

O Século XXI é mutante. Isso não chega a ser novidade, se pensarmos que o homem sempre esteve, digamos, evoluindo. A ciência e a tecnologia estão aí, dando saltos imensos, em frentes que vão da microbiologia e seus transgênicos à busca do deslindamento da história do universo, através das lentes de poderosos telescópios.
Somos mutantes, no entanto, no sentido de que nossa humanidade se perde nessas mudanças. Elas são em número e velocidade acima de nossa capacidade de absorção. Alienação passa a ser um antiácido a ser ingerido juntamente com a salada de frutas de informação que temos que deglutir todo dia.

Nossa desumanização começa, por exemplo, quando abrimos mão da casa paterna para tentar a vida em uma outra cidade ou país — e nunca mais voltamos. Nossos pais ficam sem netos e nossos filhos sem avós e tios. E nossa história, nossos valores, ideais, referenciais e heróis; nosso patrimônio simbólico, enfim, se perde na distância.
Longe da família , buscamos formar uma nova família. Uma família plasmada na correria da vida, na superficialidade, na sensualidade e na urgência oriunda de uma crescente carência afetiva. Tentamos reter na memória a nossa velha humanidade, mas já não nos sentimos à vontade abrindo o coração, falando do mundo interior, de sonhos, de ideais, de projetos de vida que, eventualmente, possam ser vividos a dois. "Ficamos" até onde for possível.

No ambiente de trabalho, as relações são cordiais o suficiente para esconder a luta encarniçada estabelecida pela competição: somente os mais adaptados sobrevivem. Os encontros, festas, almoços e jantares de negócio são o que resta dos laços cálidos e duradouros dos companheiros da infância.
Para sobreviver nesse ambiente hostil e exigente, pai e mãe precisam trabalhar. Para serem alguém, algo mais que simples "mão-de-obra", precisam de toda a energia disponível para tocar uma carreira de sucesso. Precisam vencer na vida. E essa vitória não comporta filhos. Pelo menos não do jeito antigo: filhos para serem amados em um convívio extenso e intenso. Agora eles são "curtidos" nos finais de semana em que não estejamos viajando a serviço. Durante a semana, terão uma boa educação numa creche ou numa escola de tempo integral. Desmamados cedo, eles aprendem a ser independentes.


Quando o divórcio vem (a carreira pode exigir), eles passam a viver ora com o pai, ora com a mãe — e com seus meio-irmãos, oriundos do novo casamento do pai e da mãe.
Não tenhamos pena desses nossos filhos. Eles se adaptarão. Sobreviverão e serão parecidos conosco. Não, serão melhores. Serão mais fortes e resistentes às distâncias, indiferenças e separações. Serão adaptados a um mundo onde não se olha para dentro, para a alma; aprenderão a ligar a televisão para não ouvir o silêncio; aprenderão a se ligar às pessoas sem chegar perto; aprenderão a confiar desconfiando e a não esperar misericórdia; aprenderão a fazer amor sem amar; aprenderão a viver no Século XXI. São mutantes.


Alguns deles, um dia, numa praça, numa esquina, ouvirão dizer que "Cristo salva". E pensarão: "não estou morrendo". Outros, no entanto, compreenderão que nEle lhes é possível uma nova e antiga humanidade — a humanidade original, na qual o colo do pai, da mãe, de tios e avós lhes é restaurado no mistério da igreja; no milagre da regeneração de seu próprio interior. Salvação. Nossos filhos mutantes, perdidos e órfãos ouvirão:

"Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus" (Ef 2, 19)— e crerão.

Morte: Parto de Vida

"Preciosa é aos olhos do Senhor a morte de seus santos" - Sl 116,15.

O apóstolo Paulo ensina aos Coríntios (I Co 15, 35-49) um princípio que norteia toda a revelação da história da redenção humana. Fala-nos do "natural" como útero do "espiritual"; da vida como período de gestação da Vida — Bios gerando Zoé, na linguagem de C.S.Lewis.


Não sabemos bem como foi o planejamento de nosso nascimento. Refiro-me ao espiritual. Sabemos, no entanto, que nossa vinda foi acalentada, desejada e planejada; viemos ao mundo para amar e ser amados — e para ser preparados para o céu. No entanto, criamos uma cena ridícula ao não compreender nossa morte como consumação desse projeto.
Tudo pronto. Hora de nascer. O pai acompanha de perto — agitação na "maternidade". Amigos, do outro lado do portal (Lucas 16,9), prontos para "nos receber nos tabernáculos eternos"... — mas relutamos em nascer!


"Sem este cordão umbilical, como poderá a vida ser boa? Como vou me alimentar? Vou definhar até morrer de cesária! Sem este líquido aminiótico, vou ficar solto no espaço... Diz o Livro Antigo que l* fora tudo é potencializado ao infinito (que não me diz nada!). Por exemplo, que, com minhas perninhas, vou andar, correr, jogar... Dizem que com meu nariz poderei cheirar as flores (haja imaginação!) E o que é o cheiro? Me mostra! Diz o Livro que com minha boca poderei comer bifes acebolados, doces, frutas... mas deve ser horrível, sem graça... a gente tem que enfiar na boca e mastigar — o que é mastigar? Diz o Livro Antigo que poderei enxergar com os olhos, e que isso é mais ou menos como ouvir com cores! Ouvir com cores?!


"Olha, creio em tudo o que o Livro Antigo diz; sou uma pessoa de fé. Mas daqui não saio."
E enrolamos o cordão umbilical no pescoço, duvidando, de fato, de que "nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam."

Associação de evangélicos não consegue anular lei que pune homofobia em SP

O STF (Supremo Tribunal Federal) arquivou a ação em que o Cimeb (Conselho Interdenominacional de Ministros Evangélicos do Brasil) questionava uma lei paulista que pune administrativamente quem discriminar alguém devido à orientação sexual.



O ministro Eros Grau, relator da Adin (ação direta de inconstitucionalidade), considerou que a associação não possui legitimidade para questionar a norma. Só podem ingressar com Adins as associações de classe de âmbito nacional e o ministro considerou que o Cimeb não tem esse caráter.
Além de alegar que a Lei 10.948/01 só poderia ter sido criada pela União, o Cimeb afirmava que a Constituição estava sendo “rasgada e aviltada” pela criação de uma lei que protege um grupo específico da sociedade.
Os pastores evangélicos ligados ao conselho lembraram que outros grupos —mulheres, idosos, negros, nordestinos, divorciados, casais que não têm filhos, evangélicos, religiosos africanos, católicos e judeus— também sofrem discriminação sem ter uma lei semelhante.
Também definiram a lei como uma “mordaça”, por violar o direito constitucional de liberdade do pensamento. “A manifestação pública sob o ponto de vista moral, filosófico ou psicológico contrário aos homossexuais é passível de punição”, afirmam.
Competência
Na ação, os evangélicos sustentam que o artigo 22 da Constituição Federal garante que a regulação de temas ligados à cidadania é de competência exclusiva da União.
“Compete ao Congresso Nacional instituir leis que tratem sobre tudo que envolva a cidadania dos brasileiros”, dizem os pastores.


Segundo o Cimeb, a única forma de a iniciativa da lei estar de acordo com a Constituição Federal seria por meio de uma lei complementar, aprovada pelo Congresso, delegando ao Estado de São Paulo a função de legislar sobre o tema.
Os ministros evangélicos lembraram ainda que um projeto de lei idêntico à lei paulista (440/01) tramitou pela Câmara dos vereadores e foi vetado pelo prefeito Gilberto Kassab exatamente porque estaria fora da competência dos vereadores paulistanos legislar sobre o assunto.
“Embora tenham sido indicados alguns comportamentos ensejadores de sanção administrativa, tais indicações foram feitas de maneira extremamente genéricas, servindo-se de termos de abrangência demasiada, de sorte a causar dificuldades no momento da aplicação da sanção”, disse o prefeito.


Fonte Uol

Da Redação - 11/09/2009 - 15h48

Experimentando a vontade de Deus sem nada saber sobre o futuro

Rm 12

Uma das maiores preocupações cristãs é saber a vontade de Deus.No contexto antecedente de Romanos 12—ou seja: dos capítulos 9 ao 11—, Paulo fala da inescrutabilidade da vontade de Deus, mostrando que ela não está disponível à nossa compreensão, à priori.No final do capítulo 11 ele nos põe a todos contra a "parede do mistério", e nos diz que ninguém consegue discernir os caminhos do Senhor.
O interessante é que após dizer isto, ele reinicia seu pensamento com a seguinte declaração:Rogo-vos pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis os vossos corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita VONTADE de Deus.A VONTADE de Deus é soberana e inescrutável, porém é experimentável.O que pode nos colocar no caminho da experiência da VONTADE de Deus não é uma revelação profética do nosso futuro, mas a consciência em fé acerca da misericórdia recebida, e que nos enxertou na "oliveira da salvação".Assim, é a consciência da eleição no amor de Deus aquilo que nos põe no caminho não do "conhecimento" da VONTADE de Deus, mas de sua experiência.
O processo que nos conduz a essa experiência nos é descrito por Paulo de modo simples e sem mágica:

1. Uma consciência grata pela Graça recebida se oferece em plenitude—corpo não é apenas o físico, mas a totalidade do ser—, se entrega ao amor de Deus.
2. Essa entrega à Graça de Deus produz uma alegria no ser, e que gera a entrega é do ser vivo, santo e agradável a Deus. E só é vivo porque está voluntário na entrega; e só é santo porque se deixou separar para Deus; e só é agradável porque está agradado de ser de Deus. Ou seja: sua VONTADE está sendo realizada.
3. Essa consciência implica em racionalidade na devoção. Trata-se do culto racional; não do culto à razão. Essa racionalidade do culto nada mais que a entrega da consciência como resposta lógica do ser que, em tendo sido agraciado, responde ao benefício recebido com entrega animada e feliz.4. O próximo passo é que isto leva a consciência a ter o desejo de total não estagnação. Aquele que se entregou, não encontra limites numa oferta ritual, mas sim num crescendo existencial em tal entrega.
Assim, estabelecesse uma total VONTADE de não permitir que as "molduras deste século" determinem o tamanho da consciência. A pessoa aceita o processo de mudanças e revisões permanentes da vida; ou seja: ela não se "con-forma" com este século, visto que não encontra seu paradigma na ordem estabelecida, mas sim na permanente conversão da consciência aos novos entendimentos recebidos conforme a revelação da Graça.
O fim disso tudo é experimentar a boa, perfeita e agradável VONTADE de Deus.Paulo prossegue mostrando que essa experiência da VONTADE de Deus também depende de duas outras tomadas de consciência em fé.1. Cada indivíduo precisa saber que a VONTADE de Deus é particular, e não uma revelação industrial:
"Porque pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que não tenha de si mesmo mais alto conceito do que convém; mas que pense de si sobriamente, conforme a medida da fé que Deus, repartiu a cada um. Pois assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma função, assim nós, embora muitos, somos um só corpo em Cristo, e individualmente uns dos outros. De modo que, tendo diferentes dons segundo a graça que nos foi dada, se é profecia, seja ela segundo a medida da fé; se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; ou que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com zelo; o que usa de misericórdia, com alegria."

A ênfase toda, portanto, recai sobre um processo de individuação na Graça.Ninguém deve se comparar com ninguém, e nem tampouco desejar ser o que não é e quem não é. Cada um tem seu dom e seu chamado, e a singularidade do dom e do chamado equivalem à particularidade da revelação de Deus a cada um.2. Cada individuo precisa saber que a VONTADE de Deus está revelada como possibilidade experiencial, e não como um oráculo mágico. Portanto, Deus não está na obrigação de revelar nada sobre onde, como e para quem alguém vai trabalhar, com quem vai casar, ou em que emprego ganhará a vida. No entanto, nos diz como viver em qualquer que seja a circunstancia da Terra e da vida onde tenhamos sido colocados, caídos ou jogados:

"O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem. Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros; não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor; alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração; acudi aos santos nas suas necessidades, exercei a hospitalidade; abençoai aos que vos perseguem; abençoai, e não amaldiçoeis; alegrai-vos com os que se alegram; chorai com os que choram; sede unânimes entre vós; não ambicioneis coisas altivas mas acomodai-vos às humildes; não sejais sábios aos vossos olhos; a ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas dignas, perante todos os homens. Se for possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens. Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira de Deus, porque está escrito: Minha é a vingança, eu retribuirei, diz o Senhor. Antes, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem."

Assim, Paulo nos ensina de modo simples que a VONTADE de Deus não é para ser sabida como um conhecimento prévio de nada, mas como uma entrega em amor, que aceita existir num permanente estado de renovação da consciência, que não busca nada além de ser quem cada um é em Cristo, e que sabe que a vontade de Deus não é um oráculo, mas uma maneira de viver, onde a Graça determina as virtudes relacionais pelas quais a vida acontece como dádiva de Deus ao mundo, pois é nessa existência humana onde a vontade de Deus está sendo feita, não importando as circunstâncias onde o prazer de Deus pelos seus filhos se manifesta, e também onde a vida dos filhos de Deus é prazer para Deus.
A vontade de Deus é que Seus filhos tenham prazer em ser Dele, em ser quem são e em servirem uns aos outros com Graça, e, portanto, sem competição, porém com sinceridade e liberdade no exercício do amor fraterno e solidário. Isto tudo sem amargura ou dispêndio de energia vingativa contra quem quer que seja.No fim, mais uma vez, o justo viverá pela fé!

Indivudualidade e perdão

Jesus diz que se um "irmão"—próximo, humano, o outro identicamente-diferente—,vem, arrependido, e pede perdão, então, o ser consciente da verdadeira sabedoria—que só pode ser a da Graça, para ser absolutamente incoerente com o principio da causalidade do mundo físico, onde não há perdão—,tem que violar a Lei Universal de Causa e Efeito, mesmo que seja 70 vezes sete, num único dia, e perdoar ao "irmão".
Para a maioria de nós, todavia, esse é um daqueles "exageros divinos" sem nenhuma aplicabilidade nos limitadíssimos ambientes de nossos corações e relacionamentos.Ora, a questão da aplicabilidade da Graça nos diz respeito. Todavia, o principio de Jesus se contrapõe à Teologia Moral de Causa e Efeito, do contrário, não se falaria de "perdão-Graça"—favor imerecido—, mas de encontro-moral-de-contas.Ora, nenhuma lei universal se deixa violar tantas vezes e, ainda assim, ser uma Lei exata!Ora, se os princípios de Jesus fossem semelhantes aos do Universo Físico, não haveria Graça e nem perdão. Daí, a maioria das religiões que pregam as teologias de causa e efeito se inspirarem, basicamente, nos exemplos da natureza


.Todavia, a inexatidão das relações humanas é que se constitui na "lei fixa" a ser aplicada todos os dias!Literalmente, cada homem é um homem, cada caso é um caso e cada dor é um mundo incomunicável!O que Jesus ensina— e que Jó, mesmo sem entender, havia discernido—, é que as leis dos relacionamentos dos seres conscientes de si—no nosso caso, os humanos—, operam a partir de leis não exatas.A razão é simples: a existência do perdão anula a lei inflexível de causa e efeito, seja ela relacionada às tragédias físicas ou morais.

Afinal, nossas leis morais nada mais são que tentativas de tornar o mundo das visibilidades humanas algo tão exato quanto o espaço físico, onde é possível prever eventos.Daí a calamidade do piedoso desestabilizar tanto esse sistema, criando "amigos de Jó"!O problema é que tal lógica não atinge nem mesmo o mundo animal. Nele, cada sociedade tem suas leis, limites, regras e princípios, os quais, na maioria das vezes, são antagônicos entre si.


Mas foram, apesar da Queda, determinadas pelo mesmo Criador!

Se utilizássemos os exemplos arrancados da vida animal, veríamos que nem entre os seres animados é possível estabelecer um padrão que se uniformize para todos eles. Ao contrário, é cada um conforme a sua espécie e cada espécie conforme ela mesma!

Por isto, examine-se o homem a si mesmo e nunca transfira essa responsabilidade para ninguém. Afinal, cada um de nós comparecerá como indivíduo perante Deus.

Ame não sinta medo

Passando pela vida nos deparamos com todo tipo de situações.
Quem nunca amou? quem nunca chorou?
Aquele homem que diz nao chorar por ser "machão" nao conhece os caminhos em que se trilham este sentimento..
Quem entendeu o amor? opostos que se atraem, mas não se suportam...Aquela carinha virada de ciumes, juntamente com discussões interminadas.
A razão que sempre é sua, mas também sempre é dela..."Tenho ódio de você, mas como eu te amo" não vivo sem você.
Aprendi que quando se ama , também odiamos, também nos magoamos, ferimos nosso amor, perdemos o controle, falamos besteira , mas basta um só olhar sem nenhuma palavra e tudo recomeça.
Porque quando "odiamos, ficamos com raiva, quando ferimos, perdemos o controle" por causa do amor, esses sentimentos supostamentes negativos são na verdade amor camuflado..
Que ódio é esse que basta um olhar pra se acalmar, que ferida é essa que apenas um beijo cicatriza, que falta de controle é esse que com um abraço nos entregamos???
O amor assusta, pois ele mostra sua real condição.


Você sempre é servo, e não senhor. O medo nos cega, nos embaraça, ficamos confusos e até desistimos.
Mas o medo é servo do próprio amor..
O amor quando impera absuloto deixa cada um no seu devido lugar.. o medo no lugar certo, o choro , os risos, a temperança, a compreensão, a sensatez . enfim...
Por isso se você nao ama, não perca tempo...Deixe o amor dar as ordens e o seu medo a obedecerá..
Ame com todas as forças..
Aproveite todos os momentos.
Seja o amor seu IMPERADOR..

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

666: O número de nossa vaidade!

Ler Romanos 8

Paulo disse que “a criação está sujeita à vaidade”; e que isso não decorria dela mesma, mas sim em razão dela ter sido sujeitada pela vaidade de um outro.

Esse “outro”; somos nós: os humanos!A criação não conhece vaidade, nem quando passarinhos dançam, abrem penas coloridas ou cantam com graça, a fim de encantar geneticamente uma fêmea a qual desejam emprenhar.
Na criação nada é vaidade; exceto para o homem!Alguém já viu um crocodilo matando um hipopótamo a fim de se vestir com a pele dele, jogando a carne fora? Alguém já viu alguma espécie manter outras espécies em cativeiro?
Alguém já viu qualquer forma de desperdício sendo feita na criação?

Ninguém pega mais do que precisa. Ninguém come mais do que o suficiente. Quase ninguém morre de morte natural, posto que na natureza, morrer é parte da vida; daí tão poucos animais morrerem de cansaço; visto que a maioria ou morre subitamente, num ataque; ou em razão de acidentes; ou por ter sido vitima de uma emboscada natural; ou por ter ficado velho e ter sido caçado por um ou mais predadores, para servir de alimento... De qualquer forma, não são os vermes que comem a tal carne, mas sim a natureza maior, ficando para os vermes apenas o que somente vermes podem e devem comer.
A natureza jamais acabaria o planeta Terra!A natureza não sabe morrer; pois, ela é vida; vida em processo; vida em sistema; vida em ciclo; vida em si. Entretanto, nela, apareceu um mundo-em-si: o dos humanos!Esses são os alienígenas.
Esses vêm e quebram o ciclo. Partem a Mesa da Comunhão Natural. Invadem o Santuário e profanam o altar. Sim, são esses que pegam mais do que precisam; que estocam, mesmo que ninguém coma; que só se sentem seguros sempre tendo mais e mais; que vêem todas as demais criaturas como sem outro sentido senão servi-los; que buscam alcançar níveis de poder e capacidade tão grandes, que, nem toda a natureza é suficiente para abastece-los.

Os humanos precisariam que a Terra fosse umas cem vezes maior, para que todos os habitantes humanos que nela residem pudessem ter o nível de ambição média de poder de consumo e de tecnologia cobiçados pela maioria; isso a fim de poder sustentar nosso estilo de vida; ou melhor: a realização do nosso sonho ATUAL de consumo. Mas a pobre Terra não dá conta!Ela é pequena demais para a nossa volúpia. Ela é mínima perto de nossa fome de tudo. Ela já deu quase tudo; e não tem mais o que oferecer para que “nosso mundo” possa acontecer no planeta Terra. Hoje eu estava vendo um documentário mostrando a relação de um homem com os tubarões brancos. Coisa linda! Que intimidade! Que graça! Que leveza! Que reverencia! Que estupefação!Todavia, tubarões, baleias, e todas as demais espécies marinhas, são essenciais à existência do Oceano.
Ou seja: sem o Oceano elas não vivem, mas o Oceano também não vive sem elas. Ele vai morrendo quando cada espécie é extinta. Sim, porque milhares de outras cadeias e ciclos se quebram com o desaparecimento de uma única espécie. Por exemplo, mais de 700 mil tubarões ainda são mortos todos os anos para que se retire deles apenas as barbatanas, as quais, servirão para adereços da vaidade humana; ou, na melhor das hipóteses, para alimentar as “magias afrodisíacas” de nossas neuroses sexuais.

No entanto, tubarões são quase tão importantes para o Oceano quanto o Oceano é para o tubarão. Assim, pentes, escovas, afrodisíacos, e outras bugigangas de nossas vaidades, vão matando o Oceano, enquanto a gente sacode evoluidamente o rabo e o cabelo penteado em nossos embalos de sábado a noite.Do ponto de vista do Significado Amplo da Vida em nosso planeta, a presença dos humanos na Terra se tornou a mais patética de todas formas de presenças. Sim, porque nos tornamos os alienígenas que aqui chegaram, e transformaram o Jardim em Lixeira e Sucata.Se alguém tem dificuldade para entender o significado do pecado na existência humana, então, por favor, veja-o retratado, pelo menos, na forma da devastação que nossa presença causou à natureza na Terra. Somente vândalos alucinados fariam os saques e tratariam os despojos como nós humanos tratamos a Terra.

Nós somos uma raça de estupradores, por natureza diferente da natureza!Nós somos uma raça de víboras sem coração de cobra. Sim, porque até as cobras (nosso medo natural arquetípico maior) são boas e ordeiras em todos esse processo da vida natural. Assim, as serpentes da Terra julgarão os próprios homens, pois são mais ‘humanas’ com a natureza do que os homens. O anjo que voa pelo meio do céu no Apocalipse, e que tem “um evangelho eterno para anunciar”, diz: “Temei a Deus e dai-lhe glória! A Ele que criou os céus, a terra, o mar, e as fontes das águas”.A Ira do Cordeiro se faz manifestar mediante uma sucessão de eventos naturais, conforme as Escrituras; e, especificamente, também de acordo com os sermões escatológicos de Jesus e o Apocalipse de João. Quem tem a benção de voar com o anjo e olhar a Terra de “cima”, esse entende o clamor e o ouve; e mais: faz ecoar esse grito de anjo por toda a Terra.
Do contrário, a raça humana será erradicada da Terra. Pode haver vaidade maior do que a dos humanos?
Alguém ainda duvida acerca de que todos pecaram, e, por isso, todos igualmente carecem da gloria de Deus?Quem enxerga o pecado em sua própria existência, deve agora discernir as conseqüências globais dele. E quem discerne as conseqüências globais, agora, por favor, discirna também que toda essa sujeira apenas procede do coração humano; que é uma imensa usina nuclear de toda sorte de radiações mortais.Mas os cegos não vêm o que está diante de seus próprios olhos; os quais, não vêem apenas porque ver implica em se converter; em mudar a consciência e o significado da vida.Isso sim, parece uma vaidade feita de “bondade e imortalidade” para a maioria dos humanos.

Afinal, a gente tá aqui pro quê? É claro que é pra botar literalmente pra quebrar!
Quem desejar, grite: Viva a Besta Humana!
Quem é a Besta? Ora, está dito: o número é 666; número de Homem!

Quem não quebra esse ciclo da morte da vaidade do pecado mediante a consciência da Queda, e, conseqüentemente, se entregando à Graça de nosso Deus — dando testemunho de sua conversão também mediante uma consciência acerca do significado da presença humana na Terra —; não tem porque procurar discernir o número da Besta fora de si mesmo; posto que fazer parte mórbida e escravizada desse sistema de nossas vaidades, é, como diz o Apocalipse, carregar o selo da Besta na fronte; sendo, portanto, parte dela.