quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Indivudualidade e perdão

Jesus diz que se um "irmão"—próximo, humano, o outro identicamente-diferente—,vem, arrependido, e pede perdão, então, o ser consciente da verdadeira sabedoria—que só pode ser a da Graça, para ser absolutamente incoerente com o principio da causalidade do mundo físico, onde não há perdão—,tem que violar a Lei Universal de Causa e Efeito, mesmo que seja 70 vezes sete, num único dia, e perdoar ao "irmão".
Para a maioria de nós, todavia, esse é um daqueles "exageros divinos" sem nenhuma aplicabilidade nos limitadíssimos ambientes de nossos corações e relacionamentos.Ora, a questão da aplicabilidade da Graça nos diz respeito. Todavia, o principio de Jesus se contrapõe à Teologia Moral de Causa e Efeito, do contrário, não se falaria de "perdão-Graça"—favor imerecido—, mas de encontro-moral-de-contas.Ora, nenhuma lei universal se deixa violar tantas vezes e, ainda assim, ser uma Lei exata!Ora, se os princípios de Jesus fossem semelhantes aos do Universo Físico, não haveria Graça e nem perdão. Daí, a maioria das religiões que pregam as teologias de causa e efeito se inspirarem, basicamente, nos exemplos da natureza


.Todavia, a inexatidão das relações humanas é que se constitui na "lei fixa" a ser aplicada todos os dias!Literalmente, cada homem é um homem, cada caso é um caso e cada dor é um mundo incomunicável!O que Jesus ensina— e que Jó, mesmo sem entender, havia discernido—, é que as leis dos relacionamentos dos seres conscientes de si—no nosso caso, os humanos—, operam a partir de leis não exatas.A razão é simples: a existência do perdão anula a lei inflexível de causa e efeito, seja ela relacionada às tragédias físicas ou morais.

Afinal, nossas leis morais nada mais são que tentativas de tornar o mundo das visibilidades humanas algo tão exato quanto o espaço físico, onde é possível prever eventos.Daí a calamidade do piedoso desestabilizar tanto esse sistema, criando "amigos de Jó"!O problema é que tal lógica não atinge nem mesmo o mundo animal. Nele, cada sociedade tem suas leis, limites, regras e princípios, os quais, na maioria das vezes, são antagônicos entre si.


Mas foram, apesar da Queda, determinadas pelo mesmo Criador!

Se utilizássemos os exemplos arrancados da vida animal, veríamos que nem entre os seres animados é possível estabelecer um padrão que se uniformize para todos eles. Ao contrário, é cada um conforme a sua espécie e cada espécie conforme ela mesma!

Por isto, examine-se o homem a si mesmo e nunca transfira essa responsabilidade para ninguém. Afinal, cada um de nós comparecerá como indivíduo perante Deus.

Nenhum comentário:

Postar um comentário